sexta-feira, 3 de julho de 2009

Um pouco sobre a profissão que escolhi...


O Serviço Social é construído ( e em construção) na sociedade. Logo, o contexto ao qual se insere a sociedade tem uma relevância no exercício profissional.
A profissão inicialmente fora relacionada a práticas de caridade das damas da sociedade pertencentes à igreja e até hoje muitos tem visto a profissão como um trabalho assistencialista, tal como os que foram realizados no século XVIII no período da Revolução Industrial.

No Barasil a profissão se gesta e se desenvolve nos anos 30, com o processo de desenvolvimento brasileiro e o crescimento das cidades que passaram a "inchar" e não comportar tanta gente. Daí as desigualdades foram acentuando-se e foi necessário criar algo que respondesse às questões sociais latentes: foi o papel do Assistente Social que, por meio de técnicas franco-belgas da 1ª escola existente no país que passou-se a obter meios de entender e enfrentar as desigualdades.

No período que foi sucedendo-se, o Serviço Social foi modificando suas atitudes diante dos fatos, tal como a sociedade passava pelas modificações. Nos anos sessenta a prática profissional foi desenvolvendo-se sob as rédeas da organização estatal que, com o golpe de 64 e a implantação do regime ditatorial passou a rehular a sociedade em todos os segmentos.

Tolhida do direito de expressão, a sociedade brasileira passou por momentos difíceis, embora muitos dos que vivenciaram o período tenham apenas a falaciosa idéia de que o país crescera com o governo nas mãos dos militares, pois a inflação diminuíra, não havia a mendicância nas ruas, tinha-se educação ( ainda que básica e sucateada), saúde (o essencial), políticas habitacionais (criação do BNH) para a população.

Nas políticas sociais desenvolvidas na ditadura percebe-se que servia apenas para controle da classe subalterna com medidas profiláticas na área da saúde, fica evidente a preocupação em conter os ânimos e assegurar os mínimos sob a ótica da benesse, não se preocupando com o desenvolvimento dos indivíduos na comunidade e sim com os riscos que corriam em não dispor de benefpicios para acalmá-los.Com a criação da LBA (Legião Brasileira de Assistência) e suas formas de enquadramento da população e o BNH com o intuito de financiar as moradias para a população (as casas populares e os conjuntos habitacionais) com ajuda do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) dos trabalhadores, saliente-se que essas políticas foram pautadas para os que tinham emprego, logo os desempregados não tinham como adquirir residências, restando-lhes ocupar áreas improdutivas.

O exercício profissional frente às políticas era um discurso "afinado" com o estado, pois a profissão servia para "enquadrar" os cidadãos aos interesses do Estado, determinando o modelo de pensar/ agir da profissão que tão sintonizado com a lógica das classes dominantes, pouco avança nos desafios da sociedade, o que só acontecerá mais adiante com o início da crítica pelos pensadores da profissão que começa por meio das reniões e congressos (como o documento de Araxá) onde a profissão volta-se para as necessidades da sociedade e as expressões das desigualdades que vão sendo aumentadas no processo de redemocratização e o período da economia fragilizada no país. A profissão avança para a compreensão da categoria Questão Social e rompe com os paradigmas ortodoxos tomando uma nova postura frente a essas demandas, porém o maior avanço veio em 1993 com a instituição do Código de ética profissional e a consolidação de uma ruptura com o passado da profissão.